Um dos filmes “sérios” que assisti ainda criança e me marcou muito foi “Ao Mestre, com carinho” (To Sir, with love). O filme foi lançado lá pelo final da década de 60, mas já foi reprisado algumas vezes na Sessão da Tarde (para minha sorte).
E, nas últimas semanas, esse filme tem voltado muito à minha mente, misturando-se com minhas próprias memórias de quando eu era estudante.
Vamos relembrar um pouco sobre este filme?
Um dos clássicos da Sessão da Tarde
O filme traz Sidney Poitier (infelizmente ele faleceu no início deste ano) como o engenheiro eletrônico Mark Thackeray (Mestre Mark), profissional desempregado que aceita lecionar enquanto espera uma resposta da empresa em que tenta trabalhar.
Mas a classe que ele pega no subúrbio inglês é a mais problemática da escola, dada como “perdida” pelos outros professores e pelo diretor. Alunos indisciplinados, bem no estilo “rebelde sem causa”, não o aceitam como professor e fazem de tudo para que ele desista do cargo.
Na sala de aula, Mestre Mark percebe quão difícil os seus alunos podem ser, mas não se abala. Falta de atenção, ausência de respeito ao tratar os colegas e o próprio professor, constantes interrupções, agressividade, brincadeiras… estas são algumas das situações enfrentadas pelo professor diariamente.
Apesar disso, ele mantém a calma e permanece agindo com disciplina, até um dia que ele perde completamente a paciência. A partir daí, ele muda a sua abordagem e, aos poucos, os alunos passam a vê-lo como aliado, e não mais como inimigo.
A trama foi inspirada num livro de mesmo título, de 1959, do autor Edward Ricardo Braithwaite que relata sua própria experiência como professor.
Além disso, outros filmes seguiram esta mesma temática. Quem não se lembra também de “Sociedade dos Poetas Mortos”? (ainda vou escrever aqui sobre ele: me lembrem!).
À uma mestra muito dedicada
Há algumas semanas, minha equipe da Clínica OdontoMengarda recebeu uma mensagem muito carinhosa da professora Sidonia. Ela é professora do Colégio Estadual em Venâncio Aires.
Ela me contou que usa os meus textos publicados aqui no jornal em algumas das suas aulas e, em uma das suas atividades, pediu para que os seus alunos fizessem uma representação plástica dos textos escolhidos. Um dos resultados ilustra a matéria de hoje. O resultado foi incrível!
Fiquei extremamente emocionado, tanto pela honra dos meus escritos servirem de inspiração para os alunos, mas, principalmente, por ver que muitos mestres querem fazer algo diferente pelos seus alunos e estimulam a sua criatividade, assim como a sua imaginação.
“Quem compartilha o que sabe muda a história de quem aprende”
Eu acredito, profundamente, que os professores participam ativamente na formação da cidadania, da construção de valores éticos e da consolidação da base de conhecimento que será utilizada pelo resto da vida por cada um dos seus estudantes.
Os professores deixam marcas muito profundas, apesar deles serem tão pouco reconhecidos aqui no Brasil. Eles podem inspirar e despertar o melhor dos alunos, apesar de, algumas vezes, nem os próprios estudantes acreditarem em seu potencial.
Por isso, quero estender meu muito obrigado e a minha admiração a todos os professores e professoras deste Rio Grande do Sul que, diariamente, esforçam-se por transformar a realidade dos seus alunos através das suas lições. Além de plantarem aquela sementinha da curiosidade e da inquietude.
Trago aqui um trecho da versão brasileira da música inesquecível do filme “Ao Mestre, com carinho”:
“Quero aprender sua lição que faz tão bem para mim
Agradecer de coração por você ser assim
Para alcançar as estrelas, não vai ser fácil, mas se eu te pedir
Você me ensina como descobrir qual é o melhor caminho
Para mostrar para você que eu não esqueço mais essa lição
Amigo, eu ofereço essa canção
Ao mestre com carinho”
Por isso, meu amigo e minha amiga, qual é minha provocação para vocês hoje? Que tal uma viagem pelo tempo? Lembrem-se da época que vocês eram estudantes e recordem dos professores que, de alguma forma, marcaram à sua jornada. Recordar também é uma forma de homenagear quem fez tanto por nós, não é mesmo?!
Bom final de semana!