Li uma reportagem na semana passada que me gerou diversas reflexões e me fez relacionar com o meu trabalho e os novos sorrisos dos meus pacientes.

Eu sempre acompanhei o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) dos países, mas não sabia que aqui, no Rio Grande do Sul, nós tínhamos um índice específico: o iRS (Índice de Desenvolvimento Estadual: Rio Grande do Sul). Esse indicador foi criado em 2014 e tem a mesma base teórica do IDH. Ele avalia os estados brasileiros em três dimensões: padrão de vida; educação; e segurança + longevidade.

O nosso belo Rio Grande do Sul manteve-se na 6ª posição dentre os estados brasileiros. Ok, não é o primeiro lugar, mas estamos acima da média nacional. Dentre as três dimensões, uma que tivemos um excelente desempenho foi a de longevidade + segurança.

E foi aí que começou a minha curiosidade, na palavra longevidade. De acordo com o Dicionário Houaiss, o conceito de longevidade significa “característica ou qualidade de longevo; duração da vida mais longa que o comum”. Ou seja, é o prolongamento da vida de um indivíduo acima de uma média considerada “comum”, “normal”. Então… o gaúcho está vivendo mais. Mas será que estamos vivendo melhor? Será que estamos vivendo bem? Será que esse viver mais se reflete em felicidade e sorrisos?

A longevidade não está relacionada com a qualidade de vida, pois são conceitos que não têm uma relação direta. Uma pessoa pode viver muitos anos infeliz, sem saúde, sem acesso a cuidados básicos…. Viveu muito, mas não viveu na plenitude da palavra. Por isso, mais importante do que apenas avaliar “quantos anos vamos viver” é colocar como objetivo “viver mais e com qualidade de vida”.

E de qualidade de vida eu entendo. Ah, como eu entendo. Eu tenho a honra de, diariamente, ver meus pacientes recuperando, de fato, sua qualidade de vida e alegria em viver.

Mas você sabe o que é qualidade de vida? De acordo com a Organização Mundial da Saúde, qualidade de vida é “a percepção do indivíduo de sua inserção na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Ou seja, a qualidade de vida envolve o bem-estar espiritual, físico, mental, psicológico e emocional, além de relacionamentos sociais, como família e amigos, além de outras variáveis.

Eu brinco com meus pacientes que eu resumo todo esse conceito complexo em “números de sorrisos diários”. Isso mesmo: para mim, a qualidade de vida está relacionada com o número de sorrisos e risadas que damos ao longo do dia. E para sorrirmos não precisamos ter muito dinheiro no banco ou estar imune a qualquer doença: é inerente ao próprio envelhecer, o corpo (e a mente) começarem a apresentar algumas limitações. E está tudo bem: faz parte. Precisamos aprender a reconhecer nossos novos limites, cuidar sempre da nossa saúde (boa alimentação, atividade física) e desenvolver hábitos que nos façam felizes e nos roubem muitos sorrisos e gargalhadas gostosas diariamente.

Mas, para isso, precisamos estar com o sorriso “em dia”: e aí vem a importância da saúde bucal, que além de estar relacionada com a saúde de todo o corpo, afeta muito a questão da autoestima. Vários pacientes chegam para mim, toda semana, com vergonha de sorrirem por causa das próteses removíveis e me procuram para realizarem o procedimento de implante dentário. E fico tão feliz por poder influenciar, de maneira tão visível, a qualidade de vida de cada um deles…

Sempre que esses pacientes voltam para a revisão, chegam com inúmeras histórias, cada uma com sua peculiaridade e particularidade, mas sempre com algo em comum: o aumento do número de sorrisos diários. Eles contam como o implante dentário influenciou na segurança e na melhoria da forma como eles se enxergam, proporcionando uma maior autoconfiança e uma grande vontade de voltar a sorrir para o mundo. Contam das novas alegrias, dos novos projetos, sonhos, objetivos, almoços em família… E é essa a verdadeira qualidade de vida que todos nós buscamos e que realmente importa: viver mais para sorrir mais.

E você? Como está a sua qualidade de vida? Como está seu número de sorrisos diários? Espero que esteja alto. Mas, caso não esteja, faça a reflexão: o que está te faltando para você sorrir mais hoje?