Quem é que nunca ouviu alguém dizer algo do tipo: “éramos felizes e não sabíamos”, não é mesmo?! São tantos fatores que influenciam a nossa felicidade que fica difícil mensurar se ficamos mais ou menos felizes com o passar do tempo.
Não acredito que exista uma resposta certa para tal reflexão. Por isso, trouxe um estudo realizado por cientistas da Universidade de Harvard para entendermos de forma mais objetiva sobre o assunto.
Harvard Adult Development Studyé o nome de umas das pesquisas mais longas já feitas sobre a felicidade na vida adulta. Observações e experimentos foram realizados com 268 participantes durante anos, com o intuito de descobrir como as experiências do início da vida adulta afetavam o envelhecimento ao longo do tempo.
Uma das primeiras descobertas é que os relacionamentos, no geral, têm grande impacto na nossa felicidade. Isto é, o convívio social é uma parte muito importante da nossa vida, influenciando a qualidade de nossa saúde física e mental.
Por isso, cuidar dos relacionamentos é tão importante quanto cuidar do corpo e da mente.
O professor Robert Waldinger relatou que “Pessoas sociáveis têm melhor saúde, sorriem mais e vivem mais”. Isso porque o bem-estar individual depende muito mais da saúde das relações do que fatores como o dinheiro e a fama.
Obviamente que dinheiro, carreira e bens materiais são desejos humanos honestos. Aliás, melhores condições financeiras podem proporcionar mais qualidade de vida, mas isso não é uma garantia de felicidade.
Dinheiro não traz felicidade, mas ajuda a “remover” os aborrecimento da vida cotidiana que são percebidos como infelicidades. Aliás, há evidências científicas que demonstram que felicidade e infelicidade são registradas em diferentes partes do cérebro, ou seja, não são opostos em absoluto.
“Depois dos 60 anos as pessoas são mais felizes”. Essa é uma frase do mesmo professor que estava explicando melhor sobre o estudo e que me deixou bastante intrigado.
Uma vida solitária é capaz de provocar altos níveis de estresse no organismo humano. Como o próprio filósofo Aristóteles argumentava “O homem é um animal social”.
Conforme envelhecemos, nos livramos de obrigações e, até mesmo, de companhias que não nos fazem felizes.
A partir disso, consigo entender o porquê algumas pessoas de 60 anos para cima são mais felizes. E isso me lembra uma fala do senhor Fernando, um querido paciente na faixa dos 70 e poucos, “Eu queria ter entendido antes que o que realmente importa são as pessoas. Eu fui um homem muito preocupado com a minha carreira e tenho orgulho de tudo que construí. Mas perdi muitos momentos com a minha família”.
Essa foi uma fala do senhor Fernando que ficou registrada em minha memória e levo sempre comigo. Então, meus amigos e minhas amigas… Talvez até exista uma idade que somos mais felizes, mas a felicidade nada tem a ver com números.